Nesta quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a fundadora do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), Tania Ziulkoski, participou de seminário com o tema Poder Local: uma visão do Dia Internacional da Mulher. O debate contou com representantes municipalistas de três continentes: Europa, tendo como representante Portugal; da África, sendo representada por Cabo Verde, além da América Latina, sendo representada pelo Brasil através do MMM.

Na oportunidade, a líder do MMM falou sobre caminhos, avanços, expectativas e realizações da mulher na política brasileira. Em fala, Tania Ziulkoski reforçou que, no Brasil, as mulheres são 52% do eleitorado, mas governam apenas 7% da população. Na Câmara Federal, embora as mulheres ocupem 15% das cadeiras da Câmara Federal, são elas as responsáveis por 22% dos projetos de lei apresentados que tratam de educação e 25% dos projetos voltados para a área da saúde.

“A caminhada da mulher brasileira na busca por um espaço de atuação na política governamental e partidária no Brasil é árdua, lenta, sofrida e marcada por discriminação, violência de todos os matizes e incompreensão da própria mulher sobre sua importância no exercício da cidadania e no traçado dos rumos da Nação”, completou.

Na atuação à frente dos Municípios, do total de prefeitas eleitas, 91% estão em localidades com menos de 50.000 habitantes; 70% das prefeitas já ocuparam cargos de confiança na administração local, em pastas como Assistência Social, Educação e Saúde. Dados apontam ainda que 46% das atuais prefeitas eleitas concorreram pela 1ª vez ao cargo. “Fica claro, com estes dados, o quanto é imperioso o avanço da mulher no comando de políticas públicas e a importância de uma representação significativa nas Assembleias Legislativas para exigir participação mais efetiva de forças de segurança voltadas para o cuidado com a proteção da mulher”, lembrou Tania.

Por fim, a líder do MMM enfatizou que o caminho já trilhado foi longo, mas ainda há muito a ser conquistado. “Para independizar a mulher brasileira não só de direito, mas sim de fato, possibilitando que, à frente dos Poderes nos seus Municípios, elas possam promover desenvolvimento econômico e social em suas localidades, ampliar o cuidado com cultura e história dessas famílias que com seu trabalho profícuo constroem a riqueza do país e realizam a grandiosidade da Nação”, finalizou.

Ao retomar a palavra, a vice-presidente da Associação Nacional das Assembleias Municipais portuguesas (Anam), Isabel Cruz, enalteceu a importância de o Brasil ter um movimento como o MMM na luta por direitos das mulheres. “Sabemos que o MMM luta por uma vida mais justa, mais equitativa, onde a igualdade de fato venha a acontecer. Vejo o brilho no seu olhar na luta pela mudança. Mando minha solidariedade às mulheres que fazem no Brasil a caminhada”, disse.

O encontro contou também com a participação da professora portuguesa Eva Macedo, e da presidente da Assembleia Municipal de Praia, em Cabo Verde, Clara Marques. Confira aqui como foi a transmissão do evento.